Uma noite dessas - eu já comentei isso em uma postagem, mas vale a pena citar novamente - eu passei alguns bons minutos, acredito até que umas duas horas, na verdade, tentando fazer meu filho dormir no meio da noite. Pense nas butucas de olho dele! Parecia que não estava com o menor sono. Isso devia ser mais de duas da madrugada. Eu já o havia amamentado. Troquei fralda, ele golfou, troquei roupa, ele chorou, teve soluço, voltou para o peito. Enfim, dormia não. Eu estava um caco. Toda mãe sabe o que é isso. Dá vontade de chorar, de querer sumir. Balancei meu filho de um lado para o outro, tentei cadeira de balanço, tentei chiado no ouvido, a técnica do cueiro, o silêncio, a musiquinha. Dormia não. Entrei no quatro e chamei meu marido já quase chorando. Ele pegou nosso filho no braço e no mesmo instante - coloque aí no máximo um minuto - o menino apagou. Dormiu fácil.
Esse exemplo é para dizer "repasse". Não é que seu filho não queira seu colo e prefira outra pessoa. Ele quer tranquilidade, e isso é o que você, cansada, com sono, estressada, tendo trocado fralda, limpado golfada, tentado cadeira, musiquinha, o diabo, não vai conseguir oferecer.
Do mesmo jeito, não tenha ciúmes de tia, irmã, cunhada, avó, sogra, ninguém. Seu filho pode gostar de todos os braços e alimentar isso é uma delícia. Se ele está chorando, não faz mal outra pessoa se oferecer para acalmá-lo. Você não precisa provar a ninguém que sabe cuidar de seu bebê, e não precisa ter vergonha de, naquele momento, não ter conseguido fazer a criança parar de chorar.
Repasse, é a palavra. Lembre-se que você já tem problemas demais nesse início de carreira como mãe, e não precisa de mais um. Não precisa querer ser a super mãe que idealiza. Você sabe que conhece seu filho melhor que qualquer outra pessoa. Diga qual o jeitinho que ele gosta de dormir. Ensine isso às pessoas que vão lhe ajudar.
Conversando com outras mães, uma me falou que gostava quando seu bebê só queria ficar em seu colo. Ela sabia que um dia o filho cresceria e iria querer ganhar o mundo - aquilo de não querer saber da mãe, até porque, na frente dos colegas isso é "um mico". E então ela queria aproveitar ao máximo enquanto seu filho fazia questão de seus braços. Mas o preço disso é alto quando se quer descansar. Especialistas no assunto dizem, inclusive, que essa dependência não é boa nem para a criança.
Quando meu filho chora, eu evito dizer "Mamãe está aqui". Prefiro dizer que está tudo bem, dar beijinhos e fazer carinho. Depois disso vou ver qual é o probleminha dele, se é fome, cansaço, fralda suja. Ele precisa se sentir seguro e saber que "não há motivo para chorar" e não porque "mamãe está aqui". Em sua vida, nem sempre mamãe vai estar. Mas a segurança de que ele precisa ficar calmo para resolver as coisas dele é fundamental. Então, se você não estiver bem quando ele chorar, se estiver estressada demais ou aborrecida com algo, deixe outra pessoa acudir seu filhote. Repasse. Para o bem de ambos.
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