domingo, 28 de julho de 2013

Adquira seu diploma de mãe



Toda informação a respeito de como cuidar de um bebê, de amamentar, de educar, toda ela é válida. Mas com um certo filtro. Isso porque todo mundo que é mãe tem seus conselhos e eles são os mais diversos. Com você não vai ser diferente. Você vai ter mãe, sogra, tia, avó, amiga, gente de todo lado lhe dando as recomendações que você precisa seguir. E não adianta contrariar, essas pessoas terão a certeza de que sabem o que estão dizendo e vão querer te convencer de que, se você não seguir tais conselhos, vai dar tudo errado.

Difícil é você convencer esse povo todo que os bebê são diferentes, que as circunstâncias são diferentes e até as criações são diferentes. Mas as informações ajudam, sim. As experiência dos amigos também valem. Escute. Leia. Leia tudo o que puder. Eu li dois livros ("Nana, nenê", de Eduard Estivill e Sylvia de Béjar, e "Os segredos de uma encantadora de bebês", de Tracy Hogg). Eu já havia lido os dois quando uma amiga disse que um dia estava em um consultório médico com seu bebê e uma outra mãe comentou que o filho dela dormia a noite inteira. "Como assim?", questionou minha amiga, com aquelas olheiras que toda mãe tem nos primeiros dias de vida do bebê. Ela disse que havia lido o "Nana, nenê", havia seguido as dicas e todos os problemas haviam terminado. Minha amiga enlouqueceu de felicidade, pegou todos os dados sobre o livro, chegou em casa dizendo ao marido que precisavam comprá-lo com urgência. O resultado foi entender que, sim, cada caso é um caso e não existe uma receita milagrosa. Com aquela outra mãe pode ter funcionado, mas o que se aplica a um filho não necessariamente dará certo com outro.

Eu li os danados dos livros e, confesso, você os termina aliviada, pensando "pronto, agora é só esperar o bebê chegar. Já entendi tudo, vou aplicar exatamente o que o livro diz e não vai ter erro". Tudo bem, não é ruim pensar isso. Até porque esse pensamento vai te trazer segurança e isso - aí sim, pode acreditar - é a chave do negócio. 
No Recife existem algumas opções de cursos. Eu fiz um do Uniame, da Unimed (é baratinho e não precisa ter o plano de saúde para fazê-lo). Você é capaz de jurar que um curso não vai acrescentar muita coisa, principalmente se você tem uma irmã ou uma amiga muito próxima que teve filho recentemente. Você acha que sabe como amamentar, como dar banho, quando introduzir as comidinhas às refeições dele, enfim. Mas esse curso me acrescentou muito. Entendi detalhes, a exemplo de como o bebê deve pegar no peito, porque ele deve mamar nos dois peitos e porque deve mamar em cada um até o fim. Quais os cuidados com a limpeza do umbigo até ele cair por completo, quantos banhos deve-se dar ao bebê e quais os exames que ele precisa fazer nos primeiros meses. Não sabia, por exemplo, que o estresse é capaz de bloquear uma substância importante para a produção do leite e, por isso, é imprescindível estar calma e serena na hora da amamentação. 

Engraçado foi ter recebido, no final, o certificado do curso. Pronto, agora estou apta a ser mãe, pensei. Brincadeiras à parte, uma coisa é válida: não leve tudo ao pé da letra. Não há regra. Repito: não há regra! Os cursos dirão que se você já comprou alguma chupeta, pode jogá-la no lixo. Os livros te convencerão de que o bebê precisa ficar no berço, mesmo chorando, mas terá que aprender a dormir sozinho, sem você por perto. Isso é o ideal. E tudo tem sua explicação justa. Mas, no final das contas, é a sua experiência que vai contar. É no seu dia a dia que você vai ver o que funciona ou não. Só não entre em pânico. Não experimente todas as receitas que lhe derem. Filtre as informações.

Se posso dar aqui um conselho real, lá vai: o importante é ter calma, segurança. Se todas as informações, com livros e cursos, te deixam segura, isso é o que vale. De todas as regras, a única que talvez valha para todas as crianças é a importância de se passar calma e segurança ao filho. Se ele chora desesperadamente e você não sabe se é fome, cólica, calor ou sono, mas ainda assim transmite calma e paciência, pode acreditar que vai ser mais fácil. 

Mas tudo isso, por enquanto, também é teoria para mim. Ainda não passei pela experiência para dizer com propriedade. Mas vou compartilhar aqui quando isso acontecer. Estou pronta para seguir todas as regras que li e aprendi nos cursos e com as experiências dos amigos. Mas também estou pronta para criar as minhas. Para ver, na prática, o que é válido ou não. Preferi não colocar o berço no meu quarto e não pretendo usar as chupetas nem leite em pó como complemento. Mas sei que, na real, as coisas nem sempre saem como planejamos. E até mesmo para isso devemos estar prontos. 

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