segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O primeiro mês é catastrófico!



A frase do título deste texto não é minha, apesar de que bem poderia ser. Ela nos foi dita pela pediatra de Eduardinho ainda na maternidade, quando esteve lá para nos dar as orientações sobre exames, vacinas, consultas etc. Olhou para nós (papais de primeira viagem) e disse "Minha gente, eu não tenho outra coisa a dizer a vocês senão que esse primeiro mês é catastrófico! Não é cansativo, é ca-tas-tró-fi-co". Ela ainda complementou, como quem deseja boa sorte: "Sobrevivam!". 

Faltava isso. De todas as minhas amigas que foram mães, eu escutei frases como "Ai, como cansa", "prepare-se para passar noites em claro" ou "sua rotina vai depender da rotina dele". Mas ninguém chegou para dizer "É catastrófico". Sim, não teria palavra melhor para definir o início da nova vida de mãe. É cansativo, com noites em claro e sem rotina, somados a um choro inconsolável de vez em quando, berrando no seu ouvido, e quando você já está exausta porque tentou dormir um pouco melhor à noite mas ele acordou a cada duas horas. Além disso, tem todas as demais novidades, como a casa mais desarrumada, remédios que você precisa tomar frequentemente e tudo isso com seu corpo reclamando de dor e cansaço. 

Sim, é catastrófico. E por incrível que pareça, a sorte é que você tem um batalhão de coisas para fazer (pega o menino, dá de mamar, troca fralda, prepara banho, troca fralda, dá de mamar - eita, já passou da hora do almoço e você nem conseguiu ainda tomar café da manhã - pega o menino porque está chorando muito, tenta uma posição para ele parar de chorar, tenta outra, tenta outra, dormiu). Sua sorte é não ter tempo para pensar, porque se tiver você chora. E chora com pena de você mesma. Chora de exaustão. Por isso a regra é não pensar muito. É saber que vai ser mesmo catastrófico e que você precisa sobreviver. 

Hoje estou fazendo um balanço da primeira semana de Eduardinho. É tudo tão intenso e você faz tanta coisa ao mesmo tempo, que a impressão que dá é que meu filho já está por aqui há pelo menos um mês. Mas, para ser sincera, o saldo é positivo. Eu não conseguia acreditar quando as mães falavam isso: "Você tem vontade de sumir de tão cansativo que é, mas você passa a sentir um amor tão grande que compensa". Que mentira!, eu pensava. As mães - todas no mundo - devem fazer parte de um complô para enganar todas as futuras mães. Só podia ser isso! Mas, é verdade. É um amor que compensa.

O balanço da primeira semana, pelo menos na minha experiência, é o seguinte: as dores da cirurgia começam a desaparecer e eu já me sinto muito mais disposta. Os seios estão imensamente maiores e agora eu percebo eles mais dolorosos pelo acúmulo de leite. Ainda dói quando meu filho começa a mamar, mas a dor passa em alguns segundos e o resto da mamada (algo em torno de uma hora) é tranquila. Mas não é assim para todas as mamães. Algumas ficam com os mamilos rachados e até com fungos. Por isso, lembre-se, é importante saber antes como amamentar. Vale a dica dos cursos oferecidos por alguns hospitais e planos de saúde. Ainda como saldo, a barriga começa a voltar para o lugar e eu já consegui voltar ao meu peso do início da gravidez (não precisa fazer regime, a amamentação te suga!). 

Posso dizer que nesta primeira semana eu "sobrevivi". É mesmo catastrófico, a pediatra tinha razão. Mas sobrevivi. Hoje estive no consultório da pediatra do meu filho e uma mãe que estava com um bebê de quase um ano de idade, engatinhando de um lado para outro, me viu com meu recém-nascido no braço e disse "Fase boa é essa aí". O que?! Deu vontade de perguntar "Mas você dorme à noite, não dorme?". É mentira. Quando disserem isso para você, é mentira. Dizem que as mães esquecem da fase traumática que viveram no início e dizem inclusive que é por isso que elas resolvem ter um segundo filho. É brincadeira. No caso daquela mãe, talvez seja só preguiça de caminhar de um lado para o outro atrás do filho que começou a engatiar. 

Não, não é a melhor fase essa do recém-nascido. É difícil. Muito difícil. Prepare-se porque enquanto você curte a ideia gostosa de ter um filho, isso vem junto com cansaço, noites sem dormir e zero de rotina. Ou seja, é catastrófico. Mas também é o momento de conhecer seu filho. Aí, sim, isso é mágico. Fica para o texto de amanhã, ta?

5 comentários:

  1. Não sabia se ria ou chorava! ADOREI!! Beijos!

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    1. Pode rir, por enquanto. Deixa para chorar quando for sua vez. Kkkkk. Brincadeira. É o tal "é ruim mas é bom", acredite. ;)

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  2. Sarinha, acredite: é uma fase ótima! E você esquece, sim. Estou na segunda cria, e foi uma segunda tão problemática que eu jurei para mim mesma que nunca mais teria outro filho. Mas nem liguei e nem meu marido fez vasectomia, então a conclusão que temos é que foi só caô de uma mãe desesperada :)
    A verdade é: cada fase é melhor que a outra. Seu filho vai crescendo e cada dia é uma nova descoberta. Hoje seu filho faz muito coco, muito xixi e chora muito. Mas ele também vai colocar a mão na boca pela primeira vez, o pé na boca pela primeira vez, te olhar nos olhos pela primeira vez, dizer o nome mamãe pela primeira vez, e antes de qualquer outro nome que ele venha a dizer... E essas coisas só acontecem, exclusivamente, nesta fase, o que a faz tão mágica. As dores somem, os peitos desincham, seu filhotes vai fazendo a rotina dele e dormindo cada vez mais. Mas essas lembranças, minha cara, nunca desaparecerão. Daqui a alguns anos somente ela sobrevoarão sua mente quando seu filho estiver engatinhando ou andando... E aí você se vê pensando no próximo rebento :)
    Você está apenas começando, curta muuuuuito, tudo. Vai passar e você vai sentir saudade, sim. Não das coisas ruins, mas das boas. É só não deixas que as ruins se sobressaiam às boas. Dica que quem teve depressão pós-parto na primeira gravidez e teve uma filha operada com cinco dias de vida na segunda gravidez. Dificuldades são muitas, mas as alegrias são sempre maiores.
    Bj!

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    1. Eu assino embaixo do que a Daniela disse. Eu tb tive depressao pos parto com Olivia e foi horrivel, gracas ao Pai Celeste minha mainha estava aqui para me ajudar senao nao sei o que seria de mim ou de Olivia. Sei que sua mamae esta te ajudando de outro modo, Sarinha, mas sugiro que aceites qualquer outra ajuda que te eh oferecida pois ajuda muito. E pode pedir tb quando a exaustao tiver grande. Pede pra uma de suas irmas ou amigas proximas ou seu pai vir ajudar com o bebe, ajudar a arrumar a casa, ajudar a fazer uma comida. Voce eh uma mulher e mae maravilhosa mas nao eh mulher bionica nem mulher maravilha. Aqui em Ingles a gente fala, there is just so much that we can do alone, something's gotta give. E eh verdade, a gente tem que aceitar tudo que eh ajuda pois sozinhas fica impossivel mesmo. E sua recuperacao e adaptacao sera bem melhor quando voce estiver mais descansada. Se eu morasse perto ia ai passar umas noites com baby pra voce poder dormir, ia mesmo. Sempre vou na casa de amigas com recem nascido pois sei que eh barra. Bjus querida!

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  3. Oh, Sarinha!! Força, amiga!! Beijão, Bruna Siqueira

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