Bem, antes de começar esse texto, confesso que pensei até em deixar de escrever o blog. Mas faz parte. Sempre haverá momentos difíceis e que nos afastam das demais obrigações. Mas este é justamente o propósito deste blog: compartilhar as emoções e principalmente as dificuldades em ser mãe. Então vamos lá.
Quinto dia com nosso bebê e tivemos o primeiro episódio de... (eu ia usar a palavra desespero, mas não vou não). Foi o primeiro episódio de aperreio em casa. A primeira prova de fogo. Não tenho fotos da situação porque a última coisa que eu pensaria naquela hora seria no blog. Pois é, acho inclusive que ser mãe na real é isso. Em primeiro lugar está meu filho (se você ainda não é mãe, vai entender como isso é básico quando tiver o seu).
Eduadinho teve uma péssima madrugada. Chorou muito depois de mamar e percebemos que ele queria arrotar e não conseguia. Também percebemos que soltava muito pum e notei que ele se contorcia um pouco na mamada. "São gases", pensamos. Ora ficava em meu braço, ora no braço do pai, e não parava de chorar. Trocamos fralda, passeamos pela casa, tentei amamentar mais. Mamou muito. Mamou demais até. Mas no berço não ficava. Chorara sem parar. "Resolvido, vai dormir comigo na nossa cama".
É em momentos como este que você começa a quebra regras. E não importa se "ele vai se acostumar a isso ou aquilo", você toma as decisões para aliviar o problema momentâneo. Depois de ficarmos direto até às duas horas da madrugada tentando fazê-lo se acalmar e tentando entrar em contato com a pediatra dele, sem sucesso, resolvemos medicar. Já tínhamos em casa todos os remédios que ele poderia precisar. Demos medicação para gases e dor. Na hora não soubemos dizer se foi coincidência, mas ele se acalmou. Mesmo assim, dormiu comigo, em nossa cama.
Durante a madrugada, Eduardinho acordou duas vezes com fome. Mamou e dormiu. Às nove da manhã, estávamos nós três na cama, um bagaço. Ele acordou e começou a chorar. Não quis mais pegar o peito. Chorou muito. E chorou cada vez mais. Alto. Forte. Parecia que lhe iria faltar o ar. Ora no meu braço, ora no braço do pai. Respirava serenamente por alguns minutos e voltava a chorar forte.
Foi assim a manhã inteira, até eu não aguentar de pena e chorar também. Pelo menos o pai, por mais que também estivesse com um nó na garganta, é mais forte que eu. Me abraçou e pegou nosso filho nos braços. A pediatra aconselhou que fóssemos na emergência. Eram onze e meia da manhã e eu sequer havia tomado banho ainda. Coloquei uma roupa qualquer e saímos.
Parênteses: esqueça tudo o que lhe dizem sobre estar sempre linda e maquiada. Isso vale para qualquer situação, exceto para quando seu filho precisa de você.
No hospital, a pediatra identificou que eram gases, de fato. Tem muito o que fazer não. É assim mesmo. Recem-nascido tem disso. E isso faz chorar. E chorar se esgoelando. Ela nos falou de alguns exercícios para fazermos com as perninhas dele e massagem na barriga. No caminho de volta, meu filho finalmente pegou o peito. A última mamada havia sido às 8h e ele não queira mamar mais desde então.
Uma coisa importante: quando estávamos a caminho da emergência, falamos com a pediatra e ela disse que se não houvesse nada na barriguinha dele, poderia ser problema no fluxo do leite e certamente entraríamos com um complemento. "Ok", eu falei.
"Ok" mesmo, pessoal! Atenção, mamães, vamos parar com isso de ficar chorando e dizendo "eu não tenho leite suficiente para meu filho". É claro que a gente quer viver a experiência da amamentação e quer dar o melhor para ele. Mas também precisamos ser práticos. Confesso que fiquei feliz em saber que o problema dele era mesmo de gases, e não pelo fluxo do meu leite. Mas o que importa, de verdade, é a saúde e o bem dele. Se algum dia a pediatra me disser que meu leite não é suficiente, que venha o complemento. Sim, simples assim.
Em casa, a tarde ainda foi difícil. Às vezes encontrávamos alguma posição mais confortável para ele, que conseguia adormecer. Uma dica: a barriguinha dele em contato com a sua ajuda. É o calorzinho. Dormi uma horinha com ele deitado em minha barriga. Fizemos os exercícios e massagem nele. À tardinha resolvemos da um banho morninho para acalmar. Isso ajudou.
Mas até a noite chegar, foram vários episódios de choro e desconforto. Sabemos que a noite ainda pode ser longa, como podem ser os próximos dias. Mas é impressionante como não é em seu cansaço que você pensa. Estou operada, ainda dói andar, sentar, deitar, sinto os pés inchados, meus seis doem muito e quase não consigo comer e dormir porque não sobra muito tempo. Mas nada disso tem importância porque sua maior dor é não conseguir fazer seu filho parar de chorar. Anota aí: é verdade quando as mães dizem que queriam poder transferir toda a dor do filho para elas próprias. Pura verdade.
Essa (abaixo) é a imagem de meu filhote agora, enquanto escrevo aqui. É rezar para ele continuar nessa paz que nos conforta. Se a noite tiver de ser com dor, que ela seja toda minha.
Sarinha, estou acompanhando tudo! Sentindo as dores e rindo os risos junto! Não desista não! Relatos como os seus são importantes demais pra quem está a espera ou simplesmente desejando um bebê!
ResponderExcluirObrigada! É que tem momentos que são difíceis mesmo, né? Coisas até bobas para quem está de fora, mas que só nós, que estamos vivenciado essa experiência, sabemos. Obrigada pela força. Vou desistir não, pode deixar! ;)
ExcluirAi Sarinha, ainda bem que ele melhorou... Que essa fase passe rápido...
ResponderExcluirÔ Sarinha me deu uma do tao grande lendo sobre como foi a noite e o dia! A frustração, o cansaço, a vontade de tomar toda a dor deles e colocar sobre nós... Sei bem! Voce ja é uma mamãe maravilhosa que coloca o Eduardinho sempre em primeiro lugar, isso é Lindo! Tomara que os exercícios e as massagens ajude a aliviar os gases. Sua pediatra sugeriu talvez observar sua alimentação? Tenho amigas que tiveram que cortar os lacticínios durante a amamentação e isso aliviou muito os gases do bebe. As vezes eh algo na alimentação que passa no leite e eles nao gostam... Talvez de pra tentar ne? Bjokasssss e to aqui ora do pra hoje de noite ser bem melhor!!
ResponderExcluirPois é, Kika. Muito difícil mesmo. Sobre a lactose, também cortei. Esse deve ser meu próximo post no blog. ;)
ExcluirSarah, o blog tá lindo! E Eduardinho é um fofo!
ResponderExcluirNos primeiros dias, ou melhor, no primeiro mês em casa com Lucas, eu e Sérgio passamos por momentos muito difíceis. Não foi problema de gases e dores com Lucas, mas sim dificuldade enorme na amamentação. Passávamos madrugadas em claro tentando todas as técnicas possíveis indicadas pela médica: sondas, seringas, copinho. Tudo muito cansativo e doloroso. Mas tentamos, fizemos de tudo pelo bem do nosso filho e é isso que vale! Esses primeiros dias logo, logo passarão e vocês tirarão boas lições de tudo. Boa sorte e saúde para o pequeno!
Oh, Cecília... Imagino a dificuldade que foi.
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