Uma amiga que está grávida foi alertada sobre os primeiros dias com o bebê. Minha irmã avisou que esse início seria muito difícil e que ela esteja preparada para dias de cão. Essa amiga respondeu dizendo que ela estava preparada sim, porque já passou uns dias ajudando uma colega a trocar fraldas do bebê, essas coisas. Ou seja, ela não está preparada. Ela não faz ideia do que minha irmã quis dizer com "dias de cão".
Eu também subestimei o sacrifício que se faz quando estava na véspera de ter Eduardinho. Estava tão feliz e ansiosa que eu dizia aos quatro ventos que estava preparadíssima para a dor, o cansaço, as noites sem dormir. Mas, acredite, até passar por isso, você não tem noção do que é ter um recém-nascido em casa.
Sei que estou praticamente repetindo o que já citei outras vezes aqui. Mas acredito que nenhuma grávida sabe exatamente como serão os dias de mãe de primeira viagem. Até porque cada bebê reage de maneira diferente e, com sorte, você não terá problemas com o seu. Mas, a regra geral diz que os dias são de cão. E não adianta perguntar a outras amigas que já tiveram seus filhos. Elas esqueceram. Dizem que toda mãe esquece o sufoco que passou e sente até saudade desse tempo.
Longe de mim querer desestimular a futura mamãe, mas é muito mais fácil quando sabemos um pouco do que nos espera. E todos os sentimentos de culpa que vêm junto. Isso porque, quando você não conseguiu descansar nada o dia inteiro, porque ora ele chorava, ora sujava a fralda ou golfava e só se acalmava em seu colo, e vem uma madrugada e ele berra em seu ouvido e não tem posição nenhuma que resolva, você começa a chorar e a dizer coisas que não repetiria para ninguém e juraria que jamais havia dito aquilo, como "Por que inventei de ter filho?" ou "Pelo amor de Deus, cala a boca, menino!" ou - a clássica - "Eu não aguento mais isso!".
Mas aguenta, sim. Vai ter que aguentar no dia seguinte e no seguinte e no seguinte. Até porque você não tem a opção de não aguentar. E não se culpe por isso. Como já falei antes, você vai estar operada (ou na melhor das hipóteses - caso seja parto normal - com pontos na vagina que vão lhe causar o maior ardor sempre que for ao banheiro), dor nos seios (muitas vezes dor de querer chorar sempre que seu filho mamar), cansaço físico e, talvez mais ainda, cansaço mental. Nesse momento, ele chora (e tenha certeza, você não faz ideia da altura e força desse choro) e você quer dormir, quinze minutos que sejam.
Não se culpe. Todas as mães pensam nessas frases. Não aumente ainda mais a sua dor sentindo remorso por ter permitido sentimentos de rejeição pelo seu filho. Tenha pena de você também. Procure se dar o direito de chorar por você mesma.
Confesso que tem noites que eu fico na dúvida se é melhor trocar a fralda do meu filho - que está suja - depois que ele mama ou deixo para trocar na próxima mamada. E nem é por cansaço meu. Ele tem golfado muito (e é assim mesmo, relaxa) e sempre que troco a fralda depois da mamada ele põe tudo para fora. Resultado: chora. Fica agoniado com a golfada e depois colocar para dormir vira uma missão impossível. Tenho que passear pela casa toda escura às três da manhã, com ele no braço. Antes eu tentava todas as estratégias: andava pela casa, embrulhava ele numa manta, desembrulhava, balançava ele, sentava, ficava na cadeira de balanço, levantava outra vez... Mas depois de entender que as mudanças de estratégia deixam os bebês ainda mais inseguros, eu escolho uma única maneira e vou por aí até vencê-lo pelo cansaço. Tem dado mais resultado. Mas até lá, você já está cansada, porque ele já sujou a fralda novamente. Você vai trocar e aí ele golfa. Suja o pijama e você tem que trocar a roupinha. Aí ele se abusa e chora. Aí lá vai você caminhar pela casa escura agora às quatro e meia da manhã. Chore. Mas não na frente do seu filho. Deixe para chorar depois que ele dormir. Deite-o no berço e vá chorar. Você precisa.
Mas faça isso pensando numa coisa: todas as mães passam por isso. E elas sobrevivem. Os bebês choram muito mesmo. Até pelos motivos mais bobos, como não terem gostado do sabor do remédio que o pediatra receitou. E choram como se estivessem morrendo de dor. Você enlouquece. Até se acostumar que choram por tudo, você enlouquece.
Então, fica preparada. Vai sabendo que é assim mesmo, mas isso um dia passa. Vai tentando curtir os momentos gostosos com seu filhote e não se culpe por querer chorar também. Quando ele dormir, vá dormir. E quando ele chorar, se for o caso - e sempre longe dele - chore também.
E para não dizer que não falei das flores, fica aqui, no vídeo, com um dos momentos gostosos com o filhote. O que nos faz querer sorrir mesmo depois de uma madrugada de cão.
Esse video é muito lindo! Adoro!!!!!
ResponderExcluirEsse vídeo é demaisss! Tao lindo ele sorrindo ao ser beijado pela mamãe!! Que gostoso ne?
ResponderExcluirSarinha, sinto muito que seus dias ainda tem sido exaustastes! Realmente cada pessoa passa por uma situação diferente e nem sempre vai ser assim. Tem bebe que é diferente e reage diferente as mudanças e a esse mundo novo. Eu achei engraçado que voce escreveu sobre as mamães as vezes pensarem "por que fui inventar de ter filho?!" Nossa eu tive esse pensamento tb! Hahahaa mas a gente supera, como voce disse! E olha, olivia golfava DEMAIS e SENPRE! Ela vivia com babador porque ela comia e golfava. Minha tia pediatra me disse pra deixa-la numa posição ereta por pelo menos 30 minutos depois de comer e quando trocar a fralda tentar fazer num travesseiro pra ajudar o bebe a nao estar completamente deitado, entao evitando que ao levantarmos o bumbum do bebe a comida volte do estômago pra boca. Ela tb me aconselhou a colocar as tampinhas de refri nos pés de um lado do berço de Okivia e ajudou MUITO! Assim cria uma elevacaosinha e ela nao estava 100% paralela ao chão. Talvez algumas dessas dicas venham a ajudar Eduardinho. Bjokasssss pra voces!!
Obrigada, Kika! Dicas super úteis!
ExcluirChorei agora rsrsrs lembrei te tudo que passei e que ainda passo, choro sim.
ResponderExcluirMas o sorriso do meu filho me faz esquecer de todos esses momentos de cão. Amo muito meu pingo de gente.