quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Converse com seu bebê



A gente nunca sabe quando a criança começa a entender o que estamos falando. E mesmo que, quando muito novinha, ela não entenda as palavras, entende o tom da conversa. Entende se você está se comunicando com carinho ou sem a menor paciência. Entende sua respiração, os batimentos de seu coração. Então, converse com seu bebê. Sempre. E com carinho. Quando você for trocar a fralda do seu filho, ele vai entender a diferença entre "Vamos limpar isso, meu amor?" E "Sujasse de novo, menino!". Pode apostar, ele entende.

Essa conversinha já pode começar com ele ainda na barriga. E saiba que você já está aí criando um belo laço com seu filho. Eu converso sempre. E explico tudo para meu filho. Quando se engasga mamando, eu o tiro do peito, coloco-o em pé e digo "Você se engasgou com o leitinho, filho. Não se preocupe. Pode tossir". Ele tosse e quer chorar, provavelmente assustado com o que ocorreu, mas eu logo o acalmo: "Chore não, meu amor. Foi o leitinho. Está tudo bem". E ele volta a mamar super calmo e seguro.

Em "Encantadora de bebês", a autora Tracy Hogg explica que a conversa é necessária até por uma questão de respeito a seu filhote. Imagine o que é alguém invadir sua privacidade, tirando a sua fralda e mexendo em seu corpinho sem dizer uma palavra? Segundo Tracy, é importante que você explique cada ação com seu bebê, dizendo porque está trocando a fraldinha e até pedindo licença para ele. Sim, respeite seu filhote. Dê o banho dizendo o que está acontecendo. E lembre-se que enquanto ele é muito novinho, o mais importante é a maneira como está falando, e não as palavras.

Mas as palavras também têm sua importância. No tempo de nossas avós, era mais ou menos assim que se falava com os bebês: "Adadadá! Bruuuuu. Cadê o ninininho?". E também era comum se comunicar com todos os erros de fala: "Bola blincar, bola? Cadê a pepeta?". Pois bem, a licença poética é válida para de vez em quando. Mas prefira falar corretamente com seu filho. Fale mansinho e com carinho, mas corretamente.

Sabe-se que os bebezinhos escutam ainda dentro do útero, a partir do terceiro trimestre de gestação. Depois de nascido, fonoaudiólogos dizem que entre um e três meses, o bebê presta atenção aos sons e chega se acalmar com a voz da mãe. Entre quatro e seis meses, já procura de onde vem o som. Ele ainda grita e faz alguns sons como se estivesse conversando. Depois do sétimo mês, até o décimo primeiro, a criança já identifica de qual lado vem o som. Faz alguns sons e repete palavras. E tudo isso pode ser estimulado mais pelos pais. Desde sempre, o bebê está formando sua fala, então conversar com as palavras corretas é sempre mais recomendado. 

Com um ano de idade ele certamente começa a falar (algumas crianças só começam a falar mesmo quando entram na escola, nas na dúvida converse com o pediatra de seu filho). Com 18 meses, o pequeno pede as coisas usando uma palavra e já deve saber falar pelo menos 20 palavras. Com dois anos, diz frases curtas e já acumula umas 200 palavras. Com três anos, já se comunica bem, mas conjuga errado algumas vezes.

Deve ser uma maravilha acompanhar cada evolução da fala do nosso filho. Ainda estou na fase da expectativa de ouvi-lo dizer "Mamãe", o que deve demorar um pouco. Mas independente de qual a primeira palavra que ele vai dizer, quero estimular sempre o bom desenvolvimento de seu vocabulário. Não subestime. Você tem, sim, muito o que contribuir para que ele fale logo, fale bem e corretamente.

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