sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Os reflexos do bebê



No início de vida de seu filho é possível você se emocionar porque ele apertou seu dedo como quem pede proteção. Mas na verdade isso nada mais é que um reflexo natural. Da mesma maneira, se você bater palmas perto do rostinho do bebê ele vai piscar forte os olhos. 

Os movimentos por reflexo acontecem ainda dentro da barriga da mamãe, entre as semanas 28 e 35, com a sucção. Quando ele nasce, se você colocar algum objeto em contato com a boca do bebê, ele tem a reação de abrir a boca em direção ao objeto. É por isso que, mais tarde, as chupetas

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Não despreze o cocô dele



Nos primeiros dias de vida de meu filho, lembro que, trocando a fralda, percebia o que o cocô dele tinha a coloração verde. E era mais consistente. Agora, tem uma cor meio amarelada e é bem líquido. Será que está com diarréia ou algum outro problema?

Não. É engraçado como a gente passa quase que o tempo inteiro tentando decifrar o choro do bebê. Como eles choram por tudo, nós ficamos sempre procurando os motivos. Eduardinho agora está com um cocô diferente. Mas isso é completamente normal. Apesar de ser um assunto desagradável, é importante demais as mamães observaram a cor e consistência das fezes de seu filho. O cocô pode revelar muito sobre o funcionamento do sistema digestivo do bebê. E pouca gente sabe que existe um

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Como cuidar do umbigo



Com duas semanas, o umbigo (o restinho do cordão umbilical, na verdade) de Eduardinho caiu. Até isso acontecer, a gente fica cheio de dedo, com medo de machucar o bebê quando dá banho ou troca a fralda. Mas é preciso limpar, não tenha receio.

O coto, como é chamado, é um pedaço do que restou do cordão umbilical, que liga o feto à placenta dentro do útero. É responsável por manter a circulação sanguínea entre ele e a mãe, transportando nutrientes e oxigênio, durante a gestação. A limpeza do umbigo é para evitar contaminação. É preciso limpar principalmente para não ficar molhado de urina. Para isso, tenha em casa álcool 70%. Utilize algodão, ou cotonete e limpe sempre que trocar a fralda, contornando o umbigo de maneira delicada e sempre em um único sentido. E fica tranquila porque o bebê não sente dor alguma. Se chorar, é pelo geladinho do álcool.

Já seco, o coto umbilical deve cair entre sete e quinze dias. Mas não há regra e não se preocupe se isso acontecer antes ou depois. É normal que haja um pequeno sangramento e a limpeza no umbigo deve continuar enquanto ainda estiver dentro um conteúdo de cor amarelada, um pus.



Não é preciso fazer curativo. É até melhor que fique mais exposto para secar logo e cair. E sempre que ele tomar banho - limpe apenas com água e sabonete neutro - seque bem a região do umbigo e faça a higienização. Sim, e esteja com suas mãos limpas antes disso. Não aplique nenhum produto que não tenha sido recomendado pelo médico. Esqueça as receitas da vovó. Tem quem diga que o uso de faixas ou moedas evita que o umbigo fique saltado. Não há estudo que comprove isso. Você pode estar expondo seu filho ao risco de infecções, lesões ou irritações na pele. Fique atenta se o bebê apresentar febre, inchaço ou vermelhidão em torno do umbigo, ou mamar menos. Neste caso, leve-o logo ao médico. A área pode estar infectada. 

Não tenha receio. Limpar o umbiguinho do seu bebê não é bicho de sete cabeças. Seja delicada, mas não fique achando que precisa passar essa tarefa para uma pessoa mais experiente. Cuido do seu filho. Ele vai chorar como chora com tudo. E eu sempre levanto essa bola aqui. Eles choram mesmo. Nem sempre é dor. Aliás, quase nunca é dor. É adaptação.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Posso deixá-lo dormir em meu quarto?



Pela primeira vez, depois de pouco mais de vinte dias de nascido, meu filho dormiu no berço esta noite. As pessoas vão dizer "Acostume ele no berço desde o primeiro dia" ou, na pior das hipóteses, "Você é louca, acostumando seu filho a dormir no seu quarto? Você não vai conseguir fazê-lo dormir no berço nunca!". Esqueça. Relaxe. Esse início de carreira como mãe é uma barra e é você quem vai estar ali, operada, com dor e tendo que levantar a cada duas horas (ou mais, a depender do sono de seu filho) para amamentar.

Quando eu ainda estava grávida, minha sogra disse "Coloque o berço em seu quarto. É muito cansativo ficar indo ao quarto do bebê a madrugada inteira". Eu, que tinha lido livros sobre "Não faça isso! Acostume o bebê a dormir no quarto dele", disse a ela que iria tentar deixá-lo no quarto dele mesmo, mas nunca tive um pensamento radical. Detalhe, não seja mesmo tão radical. Depois de um tempo tudo se ajeita. No primeiro mês, os sacrifícios já são grande demais para você se preocupar se pode ou não dar mamadeira uma vez na noite ou se o neném pode ficar em seu quarto. Então eu respondi a minha sogra: "Se houver necessidade, ele virá para meu quarto, sim".



Houve necessidade. No primeiro dia. Nessas horas, ter um marido que além de tudo é um paizão contribui muito. Durante a primeira semana, Eduardinho chorava, meu marido o pegava no braço e me entregava para eu dar de mamar. Eu sequer saía da cama. Depois eu acordava meu marido para ele colocar nosso filho de volta no carrinho. No nosso quarto.

O carrinho de Eduardinho inclina em 180 graus. Vira uma caminha. E até agora era o berço de nosso filhote. Era prático. Depois que eu já me sentia melhor da cirurgia, comecei a eu mesma pegar Eduardinho sempre que ele chorava, para dar o peito. Na verdade, eu nem o esperava chorar. Quando ele resmungava, eu já me levantava. Mas percebi que ele bem poderia durar mais que duas horas para chorar de fome. Foi aí que resolvi deixá-lo dormir no quarto dele. Ainda no carrinho, para não estranhar. Ele passou essas últimas quatro ou cinco noites lá. E, de fato, algumas noites ele tem demorado mais que duas horas para chorar de fome. Ganhei um tempinho a mais para dormir.



Agora ele está no berço, finalmente. Achei melhor. Desde que ele foi para o seu quarto, eu utilizo a babá eletrônica para ouvi-lo chorar. O livro "Encantadora de bebês", de Tracy Hogg, recrimina a babá eletrônica. Segundo a autora, você tem que abstrair essa vigilância durante a noite. "Se ele chorar, acredite, você vai ouvir", diz. Não sei... Na minha casa, realmente, dá para ouvir quando ele chora alto. Mas tenho medo de estar num sono profundo e não escutar. Enfim, eu uso a babá eletrônica. 



Então, deixe de besteira e de ser politicamente correta com as regras. O início é mesmo um desastre (leia a postagem "O primeiro mês é catastrófico") e você precisa fazer o que lhe é mais conveniente. Não tem essa de "ele vai ficar mal acostumado". Não tem isso com ele ainda tão novinho com um ou dois meses. Se você conseguir fazer tudo certinho e isso não é problema para você, ótimo. Mas se as madrugadas são mais longas que discurso de governador em entrega de obra, pense em você. E relaxa.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Como dar banho no recém-nascido



Quando muito novinhos, os bebês podem tomar apenas um banho por dia. Não existe regra para horário, mas alguns pediatras recomendam o banho no horário mais quente do dia, por volta das 11h ou 12h. Outros indicam a limpeza do bebê à noite, para acalmá-lo e garantir (ou tentar) uma boa noite de sono. 

Meu filho, hoje com pouco mais de 20 dias de nascido, toma banho às 17h30. Na verdade, estou começando a mudar um pouco esse horário, para poder amamentar antes. Soube que não é muito bom ele mamar para dormir porque acaba se acostumando a dormir no peito. Então agora ele vai mamar no fim da tarde e vou deixar o banho para às 18h ou 18h30. Vai por mim, é melhor. Quando toma banho, o bebê fica relaxadinho e dorme com mais facilidade. Eduardinho tem dormido umas quatro horas seguidas após o banho. Nessa hora eu durmo também. Ele acorda por volta das 22h e eu levanto um pouco antes, às 21h, para jantar, assistir um pouco de televisão e conversar com meu marido. 



A temperatura da água para o banho do bebê é morninha. Verifique com o braço ou punho antes de colocar a criança na banheira. No dia a dia, a gente acaba não usando termômetro, mas se estiver insegura, no início, verifica se a temperatura está entre 36 e 37 ºC. Coloque sempre os pezinhos dele primeiro, e não o bumbum. Se a água estive muito quente, ele vai chorar logo. Se estiver fria, sua boca vai ficar acizentada. E muito cuidado quando virar a criança de bruços. Observe sempre se o rostinho dele não está dentro da água. 



Não estranhe se ele começar a chorar quando entrar na água. Eles se sentem inseguros nessa hora e choram mesmo. Eduardinho gosta muito de ficar de bruços no banho - é quando ele se acalma. Mas hoje em dia está mais acostumado com o banho e não tem chorado muito mesmo de barriga para cima.

Uma dica, que nunca usei, mas estudos mostram que funciona, é enrolar o bebê em uma fralda de pano em posição fetal. Coloque-o assim na banheira e vá soltando as poucos. Isso dará mais conforto e segurança ao seu filho.

Comece o banho lavando a cabecinha dele. É só por uma questão de higiene. Como é na cabeça que acumula mais sujeira, se você deixar por último, a água vai escorrer e sujar o resto do corpo. O ideal é lavar o couro cabeludo todos os dias mesmo. Os recém-nascidos ainda podem ter fragmentos do parto. Além disso, é preciso eliminar crostinhas que costumam aparecer no couro cabeludo. Nesse caso, passe um pouco de óleo antes do banho para amolecer e elas sairão na lavagem. 

Os bebês podem tomar vários banhos por dia. Mas use sabonete apenas em um banho, para não ressecar a pele dele. Use sempre produtos indicados para bebê. Vale a pena o dois em um, que já é sabonete e xampu. Durante o banho, Não precisa trocar a água, mas se o filhote fizer xixi ou coco, nada de preguiça. Troque a água e recomece o banho.

Lembre-se que ele sente frio, e pode estar chorando por isso. Confira se o local do banho não está com corrente de vento e não demore muito quando tirá-lo da banheira. Envolva-o logo na toalhinha (ou fralda de algodão).

As banheiras devem ser lavadas pelo menos uma vez por semana. Use sabonete neutro ou detergente, com a parte amarela da esponja. Não use álcool porque pode comprometer o material da banheira.



E deixe o pai da criança dar esse banho sempre que possível. É importante ele fazer parte de um momento gostoso para a criança. Começa aí a ser criado um vínculo. E você, mamãe, aproveita para descansar.

domingo, 25 de agosto de 2013

Vamos passear?




Apesar do cansaço e da vontade de dormir nos minutos que sobram - quando seu bebê está dormindo ou pelo menos quietinho sem reclamar - a vontade de sair um pouco de casa, ver os amigos e conversar com outras pessoas se torna uma necessidade em poucos dias. Na primeira semana - eu diria até que nos primeiros quinze dias - você só vai pensar em descansar. E nem vai querer receber ninguém em casa. Mas, principalmente para quem tem uma vida um pouco mais agitada, passado esse tempo, você vai se ver desesperada para mudar um pouco a rotina.



Acredite, sair para fazer os exames do bebê (teste do pezinho, da orelhinha, do olhinhos e vacinas) torna-se um passeio e tanto. Sair um pouco de casa, ver a rua, ver gente, trocar duas palavras com outras pessoas, isso é necessário. Mas é preciso lembrar que seu filho ainda é muito novinho. Na verdade, de acordo com pediatras, não existe uma recomendação exata sobre quando se pode sair com o bebê recém-nascido, mas o importante é ao menos evitar aglomerados e lugares com ar-condicionado. O problema são as infecções, porque seu filho ainda não tomou todas as vacinas necessárias (o que deve acontecer com seis meses de idade). Evite que as pessoas peguem na criança, mas caso seja preciso, ainda assim, peça para elas lavarem as mãos antes.



Passeios ao ar livre e casas de parentes (sem festas e evitando muita gente) são os locais mais apropriados. Até os 4 meses, os bebezinhos podem ter complicações se pegarem doenças respiratórias causadas por vírus (como gripes, resfriados e bronquiolite) ou infecções provocadas por bactérias (pneumonia e meningite). Por isso, é importante evitar as aglomerações. Tente esperar ao menos ele chegar aos quatro meses para ir ao shopping ou supermercado (e isso se for mesmo necessário. Podendo evitar, melhor).

A verdade é que esse passeio, no início, é muito mais por você. É você que já não aguenta mais ficar em casa fazendo e ouvido as mesmas coisas. Converse com o pediatra de seu filho. Procure saber o que já pode ou não fazer. Caso não seja a hora ainda de colocar os pés para fora, chame as pessoas para sua casa. Convide uma amiga, um parente. De vez em quando, vá almoçar na casa de sua mãe ou de uma tia. Evite muita exposição de seu bebê, mas não enlouqueça trancada dentro de casa. 

A malinha



Vai sair? Não deixe de levar tudo que é necessário na mala do seu bebê. Segue aqui a listinha do que é essencial

- Fraldas descartáveis 
- Duas mudas de roupa para troca completa 
- Lenços umedecidos
- Pomada para assaduras
- Mamadeira (se não estiver amamentando)
- Fraldas de algodão 
- Trocador (normalmente as malas de bebê já vêm com o trocador)

sábado, 24 de agosto de 2013

Os detalhes do grande dia



Faltava pouco. Minutos para entrar na sala de parto e somente naquela hora comecei a entender e a acreditar no que estava acontecendo. Eu iria finalmente conhecer meu filho. Nove meses experimentando sentimentos inéditos de cuidado, carinho e amor pelo ainda desconhecido. E naquele momento passou um filme em minha cabeça. O instante em que descobri a gravidez, as mudanças em meu corpo em cada semana e, mais forte que tudo, a ansiedade por conhecer quem já estava mudando tanto a minha vida. 

Faltavam minutos e somente naquele momento percebi o que estava para acontecer. O coração começou a disparar, um nó na garganta que eu não poderia definir se por medo, nervosismo, felicidade ou qualquer outra coisa. Fui colocada na maca e levada à sala de cirurgia. É bom quando você conhece a equipe e essas pessoas te passam segurança e tranquilidade. Mas ninguém minimiza o que você sente. É forte demais, é indescritível.

Tudo pronto e eles começam a preparar a operação. Lembro de ter percebido, pela janela grande que havia na sala, como estava bonita aquela manhã ensolarada de domingo. Lembro de ter sentido a mão do meu marido em meu rosto. E, antes que a ansiedade pudesse aumentar, escuto a voz da anestesista: "Peraí, abaixa o pano para ela ver. Já está nascendo!". "Já?!", pensei. E então eu pude assistir à imagem mais bonita que já vi. Ouvi um choro forte e lá estava ele. O menino com quem eu conversava ainda na barriga. Aquele que se mexia e eu sentia cada chutinho. Lá estava ele: meu filho.

Por mais que se tente descrever, somente uma mãe naquela situação pode saber o que se sente. E me trouxeram Eduardinho, todo embrulhado, lindo. Meu filho. Você não faz ideia do que vai ser sua vida dali em diante e não entende como pode amar tanto assim um alguém que acaba de entrar em sua vida. Mas a experiência é impagável. 

Seguem aqui as imagens que nunca esquecerei. Agradeço ao obstetra Luis Lippo, à anestesista Vilma Alves, à pediatra Andréa Chagas, à fotógrafa Renata Portini e a toda a equipe. E em especial, a meu amor, meu marido, pai do meu filho e sempre companheiro, Eduardo Andrade.

Domingo, 04/08/13, chegando no hospital

Eu e Duda prontos e ansiosos 

A fotógrafa Renata Portini (Pose Produções)

Última conversinha com o médico obstetra Luis Lippo, antes do parto

Nervosismo, ansiedade, insegurança, felicidade

Pouco antes de abaixaram o pano 

Às 09h58 nasce meu filho



O papai cortando o cordão umbilical


Os cuidados da pediatra Andréa Chagas

O momento do encontro entre mãe e filho





Três quilos e vinte e 49cm



O pezinho de Eduardo no braço do pai

Família ansiosa para conhecer o bebê


Cansada, sentindo enjoo, tontura, frio, mas realizada



sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O que fazer em duas horas?



Eu mesma sempre fiz minhas unhas em casa. Eu gosto, é uma terapia. Mas nunca levei apenas dez minutos para fazer tudo, cortar e pintar. Foi um recorde! Sim, se você tem um bebezinho recém-nascido em casa, sabe que precisa começar a aprender a fazer tudo muito rápido, porque seu tempo depende do tempo dele.

Meu filho mama a cada duas horas - dia a noite. Então duas horas significam o tempo máximo que tenho para fazer qualquer coisa. Nada pode levar mais tempo que isso. Já se imaginou presa dessa maneira? É estranho, mas você acostuma. O que você precisa fazer é planejar seu tempo. Manter uma rotina para o bebê ajuda, além de ser fundamental para o desenvolvimento dele (leia no post "Estabeleça uma rotina"). Se você levanta às seis da manhã, amamenta seu filho, espera uns vinte minutos para ele arrotar, depois troca a fralda e aí ele adormece, é sua hora de tomar banho e café da manhã.

Vou ser sincera: às vezes não dá tempo. Duas horas são o tempo máximo para ele chorar de fome. Mas pode chorar por qualquer outro motivo, seja porque está com soluço ou golfou ou está com frio ou a posição no bebê conforto não está lá tão confortável. Daí ele chora. E é bom você ter priorizado algo entre o banho e o café da manhã, porque só deu para fazer uma das duas coisas.

Ontem uma amiga me disse "Eu achei que você não conseguiria levar esse blog adiante. Pensei que você tinha arrumado uma sarna para se coçar, porque não é fácil ter um filho e, nesse início, ter outra atividade". Mas em seguida, ela completou "Mas depois percebi que foi a melhor coisa que você inventou. Eu a conheço, sei que não conseguiria ficar com a cabeça parada, sem trabalhar, sem escrever, o que você tanto gosta de fazer". Pois é. Eu pensei a mesma coisa no início "Que invenção a minha de fazer um blog! Claro que não vou levar adiante". Mas, tenha certeza, a nova rotina com um bebezinho em casa é de enlouquecer qualquer um. Seus passeios passam a ser do quarto para a sala, da sala para a cozinha. Seus programas dependem do que vai passar na TV e o que você quer fazer por você - dormir que seja - está a mercê das necessidades do seu filho.

O blog foi uma invenção de grávida, mas com tantas futuras mães me escrevendo dizendo estar gostando de acompanhar essa experiência, tornou-se uma missão. Mas também um prazer. Arrumar algo para ocupar sua cabeça durante sua licença maternidade - se este é o seu caso - pode ajudar a sair um pouco da mesmice que envolve trocar fralda, amamentar, ninar o bebê e dormir. Parece brincadeira, mas uma noite dessas meu marido me acordou para me entregar nosso filho, que estava com fome, e eu levantei com cuidado como se estivesse segurando algo próximo ao peito. Ele estranhou "O que é isso?". Foi quando eu despertei e... "Nada, eu achei que ele estivesse aqui, mamando". Pior foi numa madrugada, quando, depois de amamentar, fui deitar e achei que eu tinha que ficar sentada por mais tempo "para não golfar". Isso vai acontecer com você também, tenha certeza. 

Sua vida começa a girar em torno dos afazeres de mãe com o bebê. E manter uma atividade - que seja prazerosa, lógico - pode relaxar sua cabeça. Pense nisso, porque nas duas primeiras semanas você só vai pensar em dormir nas horas vagas. Mas depois disso, vai se ver louca com os passeios do quarto para o banheiro, da sala para a cozinha. Entendeu? E aí, o que vai fazer por você nas próximas duas horas?

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Não se culpe. Chore!


Uma amiga que está grávida foi alertada sobre os primeiros dias com o bebê. Minha irmã avisou que esse início seria muito difícil e que ela esteja preparada para dias de cão. Essa amiga respondeu dizendo que ela estava preparada sim, porque já passou uns dias ajudando uma colega a trocar fraldas do bebê, essas coisas. Ou seja, ela não está preparada. Ela não faz ideia do que minha irmã quis dizer com "dias de cão".

Eu também subestimei o sacrifício que se faz quando estava na véspera de ter Eduardinho. Estava tão feliz e ansiosa que eu dizia aos quatro ventos que estava preparadíssima para a dor, o cansaço, as noites sem dormir. Mas, acredite, até passar por isso, você não tem noção do que é ter um recém-nascido em casa.

Sei que estou praticamente repetindo o que já citei outras vezes aqui. Mas acredito que nenhuma grávida sabe exatamente como serão os dias de mãe de primeira viagem. Até porque cada bebê reage de maneira diferente e, com sorte, você não terá problemas com o seu. Mas, a regra geral diz que os dias são de cão. E não adianta perguntar a outras amigas que já tiveram seus filhos. Elas esqueceram. Dizem que toda mãe esquece o sufoco que passou e sente até saudade desse tempo.



Longe de mim querer desestimular a futura mamãe, mas é muito mais fácil quando sabemos um pouco do que nos espera. E todos os sentimentos de culpa que vêm junto. Isso porque, quando você não conseguiu descansar nada o dia inteiro, porque ora ele chorava, ora sujava a fralda ou golfava e só se acalmava em seu colo, e vem uma madrugada e ele berra em seu ouvido e não tem posição nenhuma que resolva, você começa a chorar e a dizer coisas que não repetiria para ninguém e juraria que jamais havia dito aquilo, como "Por que inventei de ter filho?" ou "Pelo amor de Deus, cala a boca, menino!" ou - a clássica - "Eu não aguento mais isso!".

Mas aguenta, sim. Vai ter que aguentar no dia seguinte e no seguinte e no seguinte. Até porque você não tem a opção de não aguentar. E não se culpe por isso. Como já falei antes, você vai estar operada (ou na melhor das hipóteses - caso seja parto normal - com pontos na vagina que vão lhe causar o maior ardor sempre que for ao banheiro), dor nos seios (muitas vezes dor de querer chorar sempre que seu filho mamar), cansaço físico e, talvez mais ainda, cansaço mental. Nesse momento, ele chora (e tenha certeza, você não faz ideia da altura e força desse choro) e você quer dormir, quinze minutos que sejam.

Não se culpe. Todas as mães pensam nessas frases. Não aumente ainda mais a sua dor sentindo remorso por ter permitido sentimentos de rejeição pelo seu filho. Tenha pena de você também. Procure se dar o direito de chorar por você mesma. 

Confesso que tem noites que eu fico na dúvida se é melhor trocar a fralda do meu filho - que está suja - depois que ele mama ou deixo para trocar na próxima mamada. E nem é por cansaço meu. Ele tem golfado muito (e é assim mesmo, relaxa) e sempre que troco a fralda depois da mamada ele põe tudo para fora. Resultado: chora. Fica agoniado com a golfada e depois colocar para dormir vira uma missão impossível. Tenho que passear pela casa toda escura às três da manhã, com ele no braço. Antes eu tentava todas as estratégias: andava pela casa, embrulhava ele numa manta, desembrulhava, balançava ele, sentava, ficava na cadeira de balanço, levantava outra vez... Mas depois de entender que as mudanças de estratégia deixam os bebês ainda mais inseguros, eu escolho uma única maneira e vou por aí até vencê-lo pelo cansaço. Tem dado mais resultado. Mas até lá, você já está cansada, porque ele já sujou a fralda novamente. Você vai trocar e aí ele golfa. Suja o pijama e você tem que trocar a roupinha. Aí ele se abusa e chora. Aí lá vai você caminhar pela casa escura agora às quatro e meia da manhã. Chore. Mas não na frente do seu filho. Deixe para chorar depois que ele dormir. Deite-o no berço e vá chorar. Você precisa. 



Mas faça isso pensando numa coisa: todas as mães passam por isso. E elas sobrevivem. Os bebês choram muito mesmo. Até pelos motivos mais bobos, como não terem gostado do sabor do remédio que o pediatra receitou. E choram como se estivessem morrendo de dor. Você enlouquece. Até se acostumar que choram por tudo, você enlouquece.

Então, fica preparada. Vai sabendo que é assim mesmo, mas isso um dia passa. Vai tentando curtir os momentos gostosos com seu filhote e não se culpe por querer chorar também. Quando ele dormir, vá dormir. E quando ele chorar, se for o caso - e sempre longe dele - chore também.

E para não dizer que não falei das flores, fica aqui, no vídeo, com um dos momentos gostosos com o filhote. O que nos faz querer sorrir mesmo depois de uma madrugada de cão.



quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Pai não é mais coadjuvante



O texto de hoje é para vocês mostrarem aos maridos. Ou companheiros ou simplesmente "pais dos bebês". Isso para aquelas que moram com eles, lógico. Esse texto é para dizer o quanto essa presença, que não tem nada de coadjuvante, é importante tanto para você quanto para a criança. 

E essa presença deve começar desde a gestação. É durante o desenvolvimento do filho que esses caras já podem dar uma força à mamãe e também fazerem seus filhos irem se acostumando com sua voz, seu calor. As emoções vividas pela gestante influenciam diretamente no desenvolvimento do bebê, isso já é comprovado. Então, quanto menos conflito e estresse na vida dessa mamãe, melhor para o seu filho. É importante o pai estar junto, acompanhando as consultas e exames. 

Na hora do parto, quando questionado se vai entrar na sala da cirurgia ou não, é comum o pai dizer: "Deus me livre. Se eu entrar, eu desmaio". Tudo bem, vamos respeitar as limitações de cada um. Mas é bom esse pai saber o quanto sua presença lá seria importante para a mamãe. Psicólogos garantem que isso faz a mulher se sentir mais segura. E, por experiência própria, é verdade. Por mais que você confie em seu médico e na equipe que a está operando, ter o calor do seu marido ali, em um momento de fragilidade, medo, receio, ansiedade e, muitas vezes, dor, é impagável. Sem contar com a emoção que esse pai terá assistindo a seu filho vir ao mundo. Sim, e saiba que você não deve pagar nada por optar a entrada do pai. O direito de a gestante entrar com um acompanhante está garantido, tanto no sistema público quanto no privado, na Fonte Resolução Normativa 167, publicada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar em janeiro de 2008.





Meu marido nunca pensou na possibilidade de não entrar na sala de parto. Desde sempre, queria acompanhar tudo. E não só esteve ali ao meu lado como não teve o menor receio em assistir à cirurgia. Não desmaiou. E levou seu filho nos braços, todo orgulhoso e emocionado, para mostrar à família, que esperava atrás do vidro do berçário.



E em casa, o pai pode fazer o que para ajudar? Ora, muita coisa. Ele pode dar banho no bebê, trocar fraldas, alternar quem atende a criança nas acordadas noturnas, colocar para arrotar enquanto a mãe descansa um pouco e principalmente sendo marido, sendo companheiro de sua esposa. 



Também é o pai que pode fazer o papel de controlar o telefone e as visitas. Muitas vezes exausta, a mãe precisa descansar e se a família é daquela que faz questão de estar presente todos os dias (principalmente se for a família do pai) é mais delicado que ele estabeleça esses limites, com jeitinho. Ele precisa entender que muitas vezes a mamãe quer estar sozinha, sem "fazer sala" para ninguém. E seu cansaço pode levar a ser indelicada com as pessoas. Ajude a evitar isso.

Ao nascer, a criança precisa de referências e valores, mas também de afetividade. Se o pai não pode levantar no meio da noite para amamentar o bebê, pode ser o responsável pelo banho e outros momentos gostosos. A criança vai associar a presença desse homem a um momento bom. Esqueça essa história de que a mulher cuida do filho enquanto o pai luta pra trabalhar e levar o leite para casa. Eles precisam sentar junto, contar uma história, rolar no chão, brincar. O pai precisa dispor de um tempo efetivo para o filho. Saber qual a posição que acalma a criança e como fazê-la dormir. É muito bom a mãe saber que pode contar com isso quando estiver muito cansada ou precisar tomar um banho ou se alimentar. Além disso, ele está criando um vínculo e dando parâmetros de comportamento a seu filho.

Hoje se sabe que essa participação do pai é tão importante que sua ausência pode levar a consequências psicológicas à criança. No caso de morte ou pais que não assumiram a paternidade, é preciso trabalhar isso na cabeça do filho, para evitar sentimentos de rejeição. Ainda que não seja o pai, o modelo da figura masculina é fundamental para a criança, seja um tio ou um avô, para que haja reconhecimento do gênero.

Depois disso tudo, se prepare, papai. O verdadeiro sacrifício pelo qual a mãe passa com um bebê em casa nunca vai ser alcançado por você. Mas você pode amenizar, e muito, esse trabalho. E pense no seu filho. Pense no que vai fazer o maior sentido ele te chamar de "pai".

Segue aqui abaixo, a homenagem do dia dos pais para inspirar esses homens que podem e devem se fazer presentes sempre.