quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A mudança que está por vir



E quando a gente pensa que é forte o bastante, acaba sendo atacada por algo que parecia ser doença, mas descobre que é puramente emocional. O ano vai acabando e todo o medo de como vai ser a mudança que está para acontecer vem direto para minha garganta, que queima de dor, junto com a moleza, cabeça pesada e indisposição. Não é gripe, nenhuma virose. É meu corpo dizendo "Você que pensa que está tranquila com o que há por vir".

Verdade. Por mais que esteja se preparando, por mais que todas as decisões tomadas tenham sido estudadas e por mais que você tenha certeza de que está fazendo o que é melhor para você e seu filho, a verdade é que mãe nenhuma está preparada para essa separação, por menor que seja. Mãe nenhuma está pronta para deixar de viver 24h por dia em função do filho, se já passou cinco meses acostumada a isso. 

"Toda mãe sobrevive. Comigo não há de ser diferente", é nisso que me sustento. Mas a adaptação é difícil. Precisar acostumar seu filho a dormir sem sua presença e vê-lo chorar porque não quer tomar mamadeira, enquanto você já tentou todos os bicos, copinho, tudo, isso dói. Mas acho que, no fundo, sei que vai doer mais em mim. Ele vai se adaptar, vai aprender a lidar com isso. Mas eu é que sentirei falta. Eu é que estou acostumada a todos-os-dias acordar, pegá-lo nos braços para amamentar, arrumar suas coisinhas, separar as roupinhas, fazer suquinho - ops, ele chorou - trocar fralda, brincar com ele, dar um banho, colocar para dormir, amamentar novamente, dar um passeio, fazer mais suquinho, deitar junto na rede, adormecer também, brincar com ele, trocar mais fralda, amamentar de novo, enfim.

Foram cinco meses vivendo em função dele. Sim, sem exagero, em função dele. Nossa vida fica meio que em stand by e passamos a ficar sempre de "sobreaviso" cuidando das coisinhas dele, atendendo às necessidades dele. Agora é reaprender a ter vida própria, sair, trabalhar, fazer exercício, pensar em outras coisas. Mas o coração fica apertado quando penso nisso.

Pelo menos a mudança vem junto com o estouro dos fogos de artifício. Vem junto com um ano novinho que nos faz bater os pés, tirar a poeira e aceitar a renovação. Que 2014 venha com todo o gás que preciso para lidar com essa mudança. Mas enquanto ele não vem, estou eu aqui, com a garganta queimando, o corpo mole e um medo que eu não acreditei que sentiria. "Estou tranquila", sempre respondi quando me questionaram sobre o retorno ao trabalho. E agora vejo que não. Mas que mãe estaria, não é mesmo? Agora é tomar remédio para ficar boa, repousar e... Que venha 2014!

Um comentário:

  1. Ai, não quero nem pensar nisso por enquanto, hehe! Volto a trabalhar em maio, quando o Otávio vai estar com sete meses!

    Vou curtir tudo o que der até lá e deixo para pensar nisso quando chegar mais perto :-)

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