quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Remédio é coisa séria



Quando o bebê é muito novinho, é normal adoecer. E adoecer muito. Se ele fica em creche ou em contato com outras pessoas, aí - nem fale! - vai adoecer pra caramba! Você chega a pensar que não é normal de tanto que espirra e tosse. É uma gripe aqui, uma infecçãozinha ali, narriz escorrendo, febre, vômito... Acaba não! E a gente termina decorando os nomes dos remédios que eles tanto tomam. Mas, atenção, remédio é coisa séria! Séria demais! Não invente de medicar seu filhote por conta própria, por mais inofensivo que o medicamento possa parecer.

Uma pesquisa da Universidade de Michigan mostrou que 40% dos pais norte-americanos de crianças menores de 4 anos medicam os filhos por conta própria, sem consultar um médico. E no Brasil muitos pais fazem o mesmo. Mas você tem idéia do perigo disso? Tem não? Então leia essa postagem até o fim e indique a todos os seus amigos que têm filhos.

Não é porque o pediatra de seu filho passou um determinado remédio quando ele teve uma tosse seca um dia desses que você pode repetir o medicamento numa nova tosse que ele passa a apresentar. A gente não entende o que é apenas um xarope e o que é um corticoide, por exemplo. Por sinal, o uso exagerado de corticoides pode ser super perigoso para sua criança. O efeito desses medicamentos é reduzir a inflamação. Mas a inflamação é a reação essencial de defesa do corpo, que pode ser excessiva ou se voltar contra nosso próprio organismo. 

Em alguns casos, o corticoide muitas vezes é necessário. Mas em outros, ele pode até melhorar os sintomas, mas não ser, de jeito nenhum, indicado no tratamento da doença. Ao contrário, ele pode causar muitos danos e seus efeitos colaterais serem devastadores. Mesmo usando por poucos dias, os corticoides podem alterar profundamente o organismo. Olha aqui uma listinha bem simples dos efeitos a curto prazo: fraqueza muscular, hipernatremia (níveis de sódio altos no sangue), redução da imunidade (a criança fica mais suscetível a outras infecções), aumento do açúcar no sangue, ansiedade, irritabilidade e agitação, aumento do apetite, retenção de líquidos e outros. Vamos ao longo prazo? A bronca é maior, já que os efeitos podem chegar a catarata e outros problemas oculares, osteoporose e fraturas, diabetes, hipertensão, depressão, edemas, gastrite e úlceras, redução da capacidade de cicatrização, atrofia na pele e por aí vai.

Quando se fala em antibiótico, aí é que o bicho pega, o negócio é mais sério ainda. Quando os médicos receitam um antibiótico, normalmente o fazem por sete a dez dias. Siga ri-go-ro-sa-men-te! O que acontece muito é a mamãe perceber, com cinco, seis dias, que o filhote já está ótimo e... por que não suspender a medicação? Porque não! Você sabe quais os riscos de deixar de tomar um antibiótico? Os médicos explicam o seguinte: para muitos antibióticos é necessário o tempo de sete a dez dias para se conseguir matar o fungo ou bactéria que está causando a infecção. Se a pessoa não tomar toda a rodada de antibiótico prescrita, não matará todos os fungos ou bactérias. Aí, sabe o que acontece? Eles voltam a crescer, fazendo com que a pessoa fique doente novamente e precise tomar mais uma rodada de antibióticos.

E pode ser pior. Interromper a administração de antibióticos antes do prescrito pode agir como uma inoculação de bactérias. Ou seja, as bactérias que sobrevivem ficam mais resistentes a esse determinado antibiótico, que passa a ser ineficaz. Vê a confusão! 

E o que dizer dos medicamentos mais inofensivos, como um xarope para combater uma tosse? O problema, mamãe, é que você pode estar resolvendo somente o sintoma mas não a doença. Seu filho pode ter uma gripe, uma pneumonia ou uma alergia e o xarope não vai curá-lo. 

E os medicamentos naturais? É um erro pensar que os remédios fitoterápicos, por serem naturais, não fazem mal. Seu filho pode desenvolver uma alergia ou até sofrer uma intoxicação com a planta. E mel pode? Sem consultar médico, também não. Os chás caseiros com mel são muito comuns para combater aquela gripe que está para chegar, mas pediatras dizem que o mel é laxante, solta o intestino. Daí, se criança estiver com um quadro viral, por exemplo, ela pode ter diarréia e ficar desidratada. 

Deu para entender como medicamente não é brincadeira? Ainda mais quando estamos falando de seu bebê, tão novinho e suceptível a doenças e infecções. Então, mamãe, lembre-se que não é à toa qual o remédio e o tempo que o pediatra determina para que seja tomado. Confie nele e siga a receita. Doença é coisa séria e a gente é mãe, somente. Deixe a função de médico para quem entende.

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