Eu sei que sete meses é muito pouco tempo para você contabilizar a quantidade de motivos que a fazem deixar preocupada com o seu filho, mas talvez já seja o suficiente para você parar, respirar e dizer: "Poxa, é uma coisa atrás da outra!".
E é mesmo. Desde que eu estava grávida, choveu de gente para dizer "Você nunca mais terá uma boa noite de sono. Quando seu filho ficar adolescente, basta ele sair de casa para você ficar preocupada e não dormir mais". Não sei, tenho que chegar lá para contar, mas o tal "não dormir mais" já estou experimentando desde agora.
Não é regra. Há bebês que dormem a noite inteira sem perturbar. Inclusive o meu já foi assim. Mas as coisas mudam, porque há uma série de variáveis que afetam o sono das crianças. Em geral, quando o bebê ainda é recém-nascido, normalmente acorda a cada duas horas para mamar. Aí você não dorme. Depois ele pode acordar algumas vezes de madrugada por conta de alguma cólica, dor ou ainda fome. E você não dorme. Ele vai crescendo e, de repente, pega uma virose, que você não tem certeza se é virose mesmo ou uma alergia ou uma dor de cabeça ou qualquer coisa. E aí você também não dorme.
Depois começam outras preocupações, como um dentinho que está para nascer, ou a falta de ganho de peso, ou a suspeita de alguma doencinha, ou porque ele está se alimentando mal. Você não dorme e passa o resto do dia pensando nisso. Quando seu bebê está ótimo, sem choro, dor e crescendo bonito e saudável, ele começa a reconhecer melhor a mãe e sentir sua falta. Ou seja, você sai para trabalhar e o deixa com as mãozinhas erguidas para frente querendo seu colo. Aí é bronca! Você não dorme, sai chorando e passa o dia pensando nisso.
Não para não. São apenas sete meses e as preocupações não acabam! Sempre tem uma dorzinha, ou alguma coisa que incomode o bebê e, mais ainda, a mãe. Ainda há uma série de dentes pela frente e, quem sabe, um resfriado ou outro. Ainda pode ter piolho e uma reação a algum alimento. Ele vai crescer e pode sofrer na adaptação à escola ou ter dificuldade de relacionamento com algum coleguinha. Pode chegar mordido em casa ou ser o mordedor da turma. Faz parte. Mas você não dorme e passa o dia pensando. E assim a gente vai se acostumando. A gente se acostuma a dormir pouco, a resolver tudo e a passar o dia preocupada. A gente se acostuma e acaba se preparando para as noites em claro de quando ele estiver adolescente. Acaba não.
Não é fácil. A gente tem o sonho de ser mãe mais não temos a ideia do que de fato é ser. Só passando pela experiência. Não são todas as mulheres preparadas para tal. Por isso que algumas dizem "Deus me livre de ter outro filho"! Mau começou a maternidade, só por ficarem enjoadas durante a gestação (que de fato é um desconforto mesmo), acham que é a fase mais chata de ser vida, sem ter a mínima consciência de que temporadas mais complexas estarão por vir. Sim, é uma preocupação atrás da outra. É um grande pesar temos nosso filho doente, principalmente quando ele ainda não sabe expressar o que sente. Mas confesso que umas das coisas tão complicadas quanto, nesta nossa missão, é a hora do direcionamento moral. Se hoje já é sentido, mais a frente, você vai se deparar fortemente com um ser de personalidade própria. Puxou ao pai, puxou a mãe. Não! Puxou a ele mesmo. Estes pequenos nascem com dois lados como toda pessoa - bom e difícil (nunca ruim). O lado da virtude, deve ser alimentado, já o lado mais frágil, deve ser trabalhado por nós, os pais, com muita atenção, dedicação e reflexão. Refletir no que estamos acertando e no que estamos errando na condução deste ser que é de total responsabilidade nossa, sem delegarmos a ninguém e que seremos inevitavelmente cobrados caso não tenhamos êxito. Se um dia abrimos nossa boca ou até mesmo pensamos algo da postura de alguns pais com relação aos seus filhos, com toda certeza mudaremos de conduta, quando não pagamos com a língua mesmo, como diz o ditado. Aquilo que nós aprendemos com nossas raízes será repassado para nossos filhos, porém perceberemos que alguns pontos deverão ser atualizados por se tratar de uma nova geração. "Faça o que digo mais não faça o que eu faço" funcionou quem sabe um dia, já hoje... Muitas das vezes sentimos a necessidade de termos um manual de instruções não é? Pois bem, o - Ter um filho - é algo muito forte. É dedicação, esforço físico, emocional e espiritual. É ficarmos atentos a tudo que envolve um ser que veio de você mais que não é você, mas que depende de você para que possa estar preparado na matéria e no psiquê para enfrentar sua própria jornada. Por isso sempre peçamos ao Pai Celestial: "Que tenhamos olhos para vermos e ouvidos para ouvirmos". As fases vão ficando mais difíceis contudo, na minha opinião, não existe algo mais enriquecedor do que ser Mãe, na Real. Bjs
ResponderExcluirBelíssimas palavras, Michelle! É isso mesmo! E parabéns, você deve ser uma ótima mãe!
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